ESTUDO DO LIVRO DE JONAS

 

 

O Que a Bíblia Diz?




Será que a história de Jonas aconteceu mesmo?

O livro de Jonas tem sido explicado freqüentemente como uma fábula fascinante, contendo uma lição importante. Muitas pessoas não acreditam que realmente tenha acontecido.  Um argumento comum é que nenhuma criatura marinha existente poderia engolir um homem e mantê-lo vivo em sua barriga durante três dias.

O fato que não podemos explicar um evento bíblico não é motivo suficiente para descartá-lo como historicamente incorreto. A história inteira é apresentada no estilo de  narrativa de um fato. Jonas foi conhecido como uma pessoa histórica real na época em que Jeroboão II reinou em Israel (2 Reis 14:25).

O testemunho mais significativo, porém, sobre a veracidade de Jonas vem de Jesus Cristo. Jesus usou o sinal de Jonas para predizer sua própria ressurreição (Mateus 12:38-42). Ele também disse que Jonas vivo foi um sinal que fez os ninivitas crerem (Lucas 11:29-30), semelhante ao sinal que Jesus ofereceu quando ressurgiu dos mortos. Este comentário nos ajuda a entender por que a pregação de Jonas teve tanto sucesso. Em poucos dias, ele converteu a cidade de Nínive inteira. Numa única geração, as testemunhas oculares do Cristo ressuscitado convenceram milhares de pessoas, através do mundo, que Jesus é, de fato, o Filho de Deus (Colossenses 1:23; 1 Timóteo 3:16).

A questão da confiabilidade do livro de Jonas toca num assunto maior. Muitas pessoas são ágeis em rejeitar coisas que não podem explicar racionalmente. Pessoas que se acham modernas e inteligentes demais para acreditar em tais milagres da Bíblia como a criação do mundo e a ressurreição de Cristo reduzem as Escrituras a um livro de orientação moral ambígua e diluída. Mas se não reconhecermos o poder ilimitado daquele que nos fala na Bíblia, não teremos fé em seu poder para salvar e nenhum motivo para obedecer sua palavra. A conclusão simples: se Jonas não foi engolido por um grande peixe, então Jesus não ressurgiu dos mortos. Se Jesus não ressurgiu, não temos esperança de salvação (1 Coríntios 15:17).

O fato é que Deus criou o mundo, criou o mar, criou Jonas, criou uma criatura marinha capaz de engoli-lo, preservou sua vida, poupou a cidade de Nínive, enviou Jesus para nos salvar, ressuscitou-o dos mortos e nos ofereceu a esperança de vida eterna em Cristo. Louvemos a Deus!

-por Dennis Allan

 

 

 

 

 

 

   
 
     

 

 

 

 

ESTUDO DO LIVRO DO PROFETA JONAS


 

QUEM ERA JONAS

Embora o livro não identifique o autor, a tradição o atribui ao próprio Jonas. Ele era filho do profeta Amitai, natural de Gate-Hefer, pequena aldeia de Zebulom na Galiléia, hoje chamada El-Meshad. Foi um dos primeiros profetas de Israel. Jonas é mencionado em 2Reis 14.25; por haver profetizado o crescimento do território de Israel, dizendo que seriam recuperados seus antigos limites, tendo essa profecia se cumprido durante o reinado de Jeroboão. O nome Jonas, significa “pombo”.

 

DATA

Se foi Jonas quem escreveu o Livro, conforme a tradição, este seria obviamente datado durante o reinado de Jeroboão II. No início do século VIII, cerce de 793 a 753 a.C.

 

A CIDADE DE NÍNIVE E O IMPÉRIO ASSÍRIO

Nínive, a famosa capital do antigo Império Assírio. É mencionada no tempo de Hamurabi, como sendo sede do culto ao deus Istar. Em 2Reis 19.36 e em Isaías 37.37, ela é pela primeira vez, claramente indicada como residência oficial do monarca da Assíria.

 

Estava localizada a 450 quilômetros de Babilônia, sobre a margem oriental do rio Tigre e do outro lado do rio da moderna Mossul. Era chamada a “cidade dos ladrões”, porque seus moradores invadiam e despojavam outras regiões para enriquecer-se. Nínive teve uma história cheia de colorido, ainda que trágica, especialmente depois do nono século a.C., até a época de sua destruição final diante do ataque de uma união de forças encabeçada pelos medos e babilônicos em 612 a.C.

 

TEMA DO LIVRO

O destaque deste livro é o grande amor de Deus pela humanidade. O livro conta a história da fuga deste profeta e como Deus o deteve e o fez retornar. O profeta foi comissionado para pregar contra a grande cidade de Nínive, mostrando aos moradores do lugar a consequência de seus pecados e corrupção e consequentemente o juízo de Deus sobre eles. Mas Jonas como todo o povo de Israel, odiava os ninivitas e desejava a vingança, não a misericórdia de Deus. Jonas tinha certeza que se após sua pregação o povo da cidade se arrependesse, Deus não só os perdoaria como derramaria bênçãos sobre eles. Por isso preferiu fugir de Deus a obedecer-lhe indo para Társis (1.3).

 

Jonas entendia que os assírios não mereciam o amor de Deus, mas Deus os poupou quando se arrependeram. Em sua imensa misericórdia Deus também não rejeitou Jonas por ter desobedecido às suas ordens e fugido da missão. Deus é cheio de amor, paciência e perdão.

 

CONTEXTO DA ÉPOCA

Situados na primeira metade do século VIII a.C., os fatos desse livro ocorreram em um período de grande otimismo no Reino do Norte. O Império Assírio, que demonstrou sua força no século IX, entrou em declínio, deixando Jeroboão II livre par reconquistar boa parte do território pertencente a Israel na época de Davi e Salomão. A expansão territorial trouxe mais prosperidade que em qualquer outra época anterior da história de Israel.

 

COMPOSIÇÃO DO LIVRO

A narrativa contida no livro de Jonas tem sido ridicularizada como um mito pelos incrédulos e é vista por alguns eruditos como lenda ou parábola. Os judeus o aceitaram como história, e Flávio Josefo confirma isso no livro “Antiguidades Judaicas”. Jesus Cristo assegurou a veracidade de Jonas ao citá-lo como exemplo para sua morte e ressurreição (Mt 12.39-41; Lc 11.29-30).

 

Há muitos debates sobre a natureza do livro. A incredulidade de alguns dos fatos descritos (a sobrevivência de Jonas no ventre do peixe, e o crescimento acelerado da planta) levaram muitos estudiosos a considerar o livro uma alegoria ou parábola. Assim, alegam que os fatos não aconteceram, mas que a história foi inventada para apresentar uma moral, sobre a compaixão de Deus. Outros intérpretes tendem a afirmar a natureza histórica, mas consideram a narração sensacionalista.

 

Afirmar a natureza do livro não exige a tentativa de identificar a espécie de peixe envolvido ou o tamanho do estômago deste, como muitos interpretes conservadores se sentem obrigados a fazer. É bom sempre lembrar que a ação do peixe foi ordenada por Deus, o Senhor dos céus e da terra, Senhor dos mares e de todos os seres viventes.

 

CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS

Ao contrário da maioria dos outros escritos proféticos do Antigo Testamento, esse livro é uma narrativa de uma única missão profética. Como acontece muitas vezes nas narrativas bíblicas, o autor condensou muita coisa num espaço pequeno; 48 versículos contam a história inteira, inclusive a oração de ação de graças de Jonas. Na extensão, e no estilo compacto da delineação das personagens, é muito semelhante ao livro de Rute.

 

A história é desenvolvida em dois ciclos paralelos que chamam atenção pela contraposição entre a fuga da missão e posteriormente o cumprimento da missão, com relutância. O ponto alto da história é a grande oração e confissão de Jonas: “A salvação vem do Senhor” (2.9).

 

O PROPÓSITO DA MENSAGEM

O propósito do livro de Jonas, geralmente é mal interpretado. Os eruditos tendem a buscar nele uma mensagem para Israel. Ao fazer isso, parece natural concluir que Jonas representa Israel.

 

Alguns acreditam que Jonas é um livro missionário. Por meio dele vemos Deus incentivando Israel a sair da exclusividade e evangelizar outras nações. Outros sugerem que o Livro ensina a Israel que Deus tem compaixão dos pagãos e sendo assim, Israel também deve ter a mesma atitude, amando e perdoando seus piores inimigos.

 

Embora todas estas sejam ideias nobres, consequentemente teologicamente boas, o livro aponta para outra direção. A mensagem do livro está relacionada ao direito divino soberano de ter compaixão de quem Ele desejar. Até a apresentação de Jonas no livro de Reis (1Rs 14.25) é uma preparação adequada para o debate sobre a compaixão divina, pois ali Deus demonstrou misericórdia imerecida para com o Reino do Norte ao fazer um rei perverso como Jeroboão II prosperar.

 

A ira divina deu inicio aos acontecimentos do livro de Jonas. A iniquidade de Nínive levou Deus a agir. Mas Jonas afirma que Deus é muito paciente (4.2), diferentemente do profeta. A ira do profeta parecia repreender Deus, que na sua opinião não estava irado o suficiente e por isso poderia perdoar Nínive se eles se arrependessem.

 

Fica claro que a mensagem do livro está relacionada ao direito divino e soberano de ter misericórdia de quem ele desejar. Deus honrou a palavra dele e adiou o juízo sobre a cidade de Nínive. Os ninivitas ainda continuavam sob a ameaça de destruição, mas ela deixou de ser iminente, graças apenas a misericórdia de Deus.

 

A VERACIDADE DE JONAS

Jesus tornou o livro de Jonas como verdadeiro e digno de toda aceitação. Quando lhe pediram um sinal que provasse as suas afirmações, não deu outro sinal senão o do profeta Jonas (Mt 12.38-40).

 

Há em Jonas acontecimentos que não são comuns, mas é bom sempre lembrar que Deus estava no comando de tudo.

 

- Um grande peixe engoliu Jonas, e o vomitou na praia, são e salvo, porque Deus assim ordenou ao peixe.

 

- A possibilidade de uma grande cidade pagã, como Nínive converter-se em poucos dias, acreditando na pregação de um estrangeiro faz com que os estudiosos tentem encontrar explicações para esse fato. Sugerem que a mensagem de Jonas talvez contivesse também a ameaça de grandes desastres como terremotos ou eclipses para explicar a ampla aceitação dos ninivitas.

 

Veja o que Jesus disse sobre a conversão dos ninivitas: “Os ninivitas ressurgirão no juízo com esta geração, e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis que está aqui quem é mais do que Jonas” (Mt 12.41).

 

Jonas é o livro-teste da Bíblia, é um desafio a nossa fé. Nossa atitude para com o livro de Jonas revela nossa atitude para com Deus e sua Palavra. Para nós a história de Jonas é natural ou sobrenatural? É muito importante nossa resposta. Se não cremos na história de Jonas, abrimos brechas para que a Bíblia seja colocada em dúvida.

 

O PROFETA FUJÃO

O livro começa com Deus dando essa ordem ao profeta: “Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até à minha presença” (1.2). Jonas resolveu descumprir a ordem de Deus, fugindo para Társis.

 

Porque Jonas Fugiu? Ele sabia que a Assíria era terrível e inimiga de Israel, mesmo assim Deus o mandou pregar na capital daquele país hostil, convocando o povo ao arrependimento, fugindo assim do juízo iminente. Jonas receia que Nínive se arrependa e Deus em sua imensa misericórdia poupe a cidade. Se viesse o juízo de Deus sobre os assírios eles seriam destruídos e assim Israel estaria livre desse terrível inimigo. Jonas tem o espírito de um herói nacional, assim decide desobedecer ao Senhor e não ir pregar em Nínive.

 

O PROFETA OBEDIENTE

Deus concede ao profeta uma segunda chance. “Veio a Palavra do Senhor segunda vez a Jonas” (3.1). Deus falou-lhe novamente: “Levanta-te, e vai à grande cidade de Nínive, e prega contra ela a mensagem que eu te digo” (3.2).

 

Não era fácil para Jonas percorrer as ruas da cidade clamando: “Ainda quarenta dias, e Nínive será destruída” (3.4). Não havia tom de compaixão em sua voz, nem havia lágrimas, demonstrando preocupação com as almas que estavam prestes a ser destruídas. Estava simplesmente obedecendo à ordem de Deus, mas seu coração não mudara (4.1-3). O povo simples de Nínive se arrependeu, depois os nobres. Foi um milagre, toda a cidade foi poupada.

 

OBEDIENTE MAS CONTRARIADO

Após a pregação ser feita conforme o Senhor ordenara, o profeta mal-humorado sentou-se debaixo de uma aboboreira que o Senhor fez nascer para servir-lhe de sombra. Jonas ficou lá esperando para ver o que Deus iria fazer com a cidade (4.6).

 

O livro termina de repente, mas precisamos observar nele duas coisas:

Primeiro: Jonas é um tipo de Cristo em sua morte, sepultamento e ressurreição, “Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra” (Mt 12.40).

Segundo: Jonas é também um tipo de Israel, desobediente a Deus e tragado pelas nações do mundo.

 

ESBOÇO DE JONAS

I. A retirada ordenada 1.1-3 “Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive” 1.1-2
Jonas foge para Társis 1.3

II. O retorno providencial 1.4-2.10

O Senhor manda uma tempestade 1.4-9
Os marinheiros o jogam no mar 1.10-16
O Senhor prepara uma grande peixe 1.17
Jonas ora 2.1-9
Ele é vomitado na terra 2.10

III. A renovação bem-sucedida 3.1-10

Uma segunda chance de levantar e ir é dada a Jonas 3.1-3
Jonas prega 3.4
A população se converte 3.5-9
Deus demonstra piedade 3.10

IV. Uma reação negativa 4.1-11

Jonas desgostou-se 4.1-5
Deus ensina uma lição 4.6-11